Com a publicação desta nova edição, a Cadernos do NUPPOME chega ao seu vigésimo número. A continuidade deste projeto, que começou a ser pensado no final de 2018, representa uma pequena alegria para nós, integrantes do Núcleo de Pesquisa sobre Políticas de Memória (NUPPOME) da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Com vinte números regulares e dois números especiais publicados, a Cadernos tem sido lida por centenas de pesquisadoras/es, no Brasil e no exterior, interessadas/os no estudo sobre políticas de memória e justiça de transição.
Neste novo número publicamos uma entrevista com a historiadora Paula Franco, Coordenadora-Geral de Políticas de Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC); um texto sobre gênero e memória em contextos pós-conflito, escrito pela pesquisadora Eliana Delgado González, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL); além de dicas de leitura, filme e outros materiais relacionados às políticas de memória.
Ainda inspirados pela rememoração dos oitenta anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), propomos, com a seleção de imagens contidas neste número, uma reflexão sobre os significados deste passado no tempo presente. Na capa, uma imagem que evidencia a devastação gerada pela bomba atômica em Hiroshima, em agosto de 1945. Ao final da revista, uma fotografia da vitória da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em sua campanha na Itália. São duas imagens que, conjuntamente, evocam diferentes contradições para a atualidade.
Como é possível que, mesmo após o uso da energia nuclear em Hiroshima e Nagasaki, líderes mundiais continuem instrumentalizando a ameaça atômica e colocando, a todas/os nós, em risco?
Como é possível que os/as filhos e netos/as de uma geração que se engajou na luta contra o fascismo e o nazismo, como os pracinhas da FEB, tenham aderido, aos poucos, à extrema direita?
Como é possível que o que está sendo feito em Gaza desde outubro de 2023 continue acontecendo?
São perguntas que, difíceis de responder, não são meramente retóricas.
Que a memória dos oitenta anos do fim da Segunda Guerra nos ajude a lembrar de tudo aquilo que queremos preservar é o mínimo que se reivindica.
Uma boa leitura a todas/os!
Saudações,
Carlos Artur Gallo Coordenador do NUPPOME
